A Comunicação suplementar/ampliada/aumentativa e alternativa (CAA) é uma área da prática clínica que complementa ou compensa os prejuízos na produção e/ou compreensão da língua falada, incluindo modos de comunicação escritos. É uma ferramenta ou estratégia para melhorar a vida funcional diária em indivíduos com deficiência ou limitações de fala e linguagem.

A CAA usa uma variedade de técnicas e ferramentas para ajudar o indivíduo a expressar pensamentos, desejos, necessidades, sentimentos e ideias, incluindo o seguinte:

  • Sinais manuais
  • Gestos
  • Escrita
  • Objetos tangíveis
  • Desenhos
  • Placas de comunicação de imagem
  • Placas com palavras/frases
  • Dispositivos geradores de fala (softwares, vocalizadores, Eye Tracking, etc.)

Dados fundamentais sobre CAA:

No geral, quanto mais grave o déficit de comunicação de um paciente, maior a probabilidade dele se beneficiar do apoio à CAA.

Aproximadamente 5 milhões de americanos e 97 milhões de pessoas no mundo podem se beneficiar da CAA.

A comunicação alternativa é responsabilidade social:

A comunicação desempenha um papel central na triagem, avaliação, diagnóstico e tratamento de pessoas que necessitam de intervenção por não falarem ou falarem com muita dificuldade, essa é uma condição de dignidade humana.

Quem pode usar a CAA?

Indivíduos que usam a CAA podem ter deficiência ou limitações na fala, linguagem, leitura e/ou escrita. Estes podem ser o resultado de doenças congênitas, deficiências adquiridas ou problemas de ordem neurológica.

Exemplos de deficiências que podem se beneficiar da CAA:

  • Paralisia cerebral
  • Apraxia de desenvolvimento da fala
  • Deficiência de desenvolvimento
  • Desordens genéticas
  • Deficiência intelectual
  • Acidentes cerebrovasculares
  • Lesões cerebrais traumáticas ou adquiridas
  • Doenças neurodegenerativas
  • Paralisia supranuclear, entre outros

Fase final de vida e CAA:

Ao apoiar um indivíduo com CAA nas fases finais da vida, um profissional deve considerar:

  • Flexibilidade do método de acesso à medida que as habilidades físicas mudem ou declinem;
  • Seleção de vocabulário para garantir que o indivíduo seja capaz de expressar seus desejos e sentimentos; necessidades básicas e questões relacionadas ao atendimento médico, dor física, espiritual, social, psíquica e familiar. Além do acesso do indivíduo às redes sociais e à internet.

O objetivo da intervenção nesta fase é desenvolver estratégias de comunicação que facilitem a comunicação eficiente e eficaz pelo maior tempo possível, incluindo a conexão com o mundo exterior por meio de mídias sociais, e-mails e mensagens de texto. O resultado esperado da intervenção não é melhorar as habilidades, mas permitir que o indivíduo expresse desejos e necessidades, além de participar da tomada de decisão com o melhor de suas habilidades.

Barreiras ao uso e implementação da CAA:

  • Frustração devido à falta de conhecimento da CAA por parte dos profissionais da equipe;
  • Atitudes negativas em relação às pessoas com deficiência e ao estigma associado à CAA;
  • CAA potencialmente simbolizando a progressão da doença;
  • Taxa lenta e baixa frequência de comunicação;
  • Avarias de equipamentos.
  • Falta de vocabulário relevante;
  • Falha em considerar diferenças culturais e interesses individuais do paciente no planejamento do sistema de CAA;
  • Falta de suporte para o uso do dispositivo por parte dos cuidadores ou a crença de que eles podem se comunicar efetivamente sem o dispositivo;
  • Falta de motivação por parte do usuário e familiares ou cuidadores, e acessibilidade devido a limitações físicas.

As barreiras podem ser reduzidas se:

  • O sistema de CAA atender às necessidades de comunicação do indivíduo e pode ser atualizado quando elas mudarem;
  • Boa combinação entre o dispositivo e as habilidades linguísticas, físicas e cognitivas do usuário;
  • Colaboração com o usuário AAC, sua família e uma equipe multidisciplinar para incorporar suas necessidades e valores durante a seleção do dispositivo
  • O médico fornece cronogramas realistas sobre o progresso e o uso do dispositivo que são compreendidos pelo usuário
  • O usuário AAC experimenta o sucesso de comunicação com o sistema
  • O usuário de CAA valoriza o sistema e tem um senso de propriedade
  • O treinamento minucioso é realizado tanto com o usuário CAA quanto com a família/cuidador após o recebimento do dispositivo; incluindo novos parceiros de comunicação.

Artigo elaborado por:

Dra. Ana Claudia Quintana Arantes

Natálie Goldoni

Jade Dias Forenchi

Vamos falar mais sobre isso no:

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