Ao entrar em contato direto com a terra e toda noção de realidade que ela me traz, estive pensando sobre as diversas interpretações e ensinamentos que carrega a expressão “pôr o pé no chão”. A leitura que tenho no momento ao qual meus pés tocam o chão, é que sou agora, sou instante, e em um instante já não sou mais. Descalço, caminho sem medo, sem arrependimento, sem culpa. Entro em contato com a finitude, me perdoo, entendo que fui o melhor que poderia ser, encontro paz e sigo caminhando.
O pé descalço recorda o lugar de onde eu vim, me conecta com minhas raízes, com minha humanidade, fragilidades e incertezas tão constantes. Faz com que eu perceba o quanto a vida é incerta, e que habitar o agora é mais importante do que viver vislumbrando um futuro de grandes obras, pois sou uma construção diária.
Crescemos, e desaprendemos a sentir a energia da terra. Literalmente. Diariamente nos calçamos de tantas verdades, desejos e razões que nos distanciam daquilo que acreditamos, e passamos somente a existir em nossas vidas, deixando vazio o espaço de protagonismo que nos cabe.
Penso que quem não tem o pé no chão, é quem se esquece que sagrado mesmo é poder conectar com o seu eu, olhar pra dentro de si, refletir sobre a caminhada e como criança sujar-se de terra. Se lambuzar de vida!
Em um mundo de tantos calçados, de vez em quando é preciso pôr o pé no chão! Entrar em contato com a terra e sentir a energia da renovação, entender que tudo começa de baixo, pelas raízes da nossa construção. Nesse exercício de humanidade, sou invadido pelo poder da natureza, sinto sua energia subindo pelo meu corpo e me renovando, parte por parte, membro por membro. É desta forma que me renovo, reabasteço o que de melhor há em mim, a capacidade de ser humanamente limitado e, ainda assim, poder voar no espaço dos meus sonhos, no horizonte da minha vida.
Desenho: Cintia
Sobre o autor:
Diego Henriques Pedagogo por formação e Professor por vocação.
Amante da música, das poesias, encantado pelas cores do pôr do sol e a dança dos versos.
Quase sempre se arrisca a escrever, a criar e a cantar.
Viveu o agora, intensamente, como protagonista da sua própria história!
Amigo, seus pés caminharam também em meu coração… pés descalços, verdadeiros, delicados, amorosos, humanos … Obrigada por tanto, Di! Você vive em mim! Receba o meu amor, onde estiver! ❤️
Nos caminhos desta vida, nosso encontro foi presente. Quem dera termos podido caminhar lado a lado por mais tempo, pisando o mesmo solo das experiências profundas do viver!
Sua alegria, seus textos e sua fala de menino estarão sempre caminhando em mim!
Amor eterno!💙
Diego, amado, por o pé no chão e te sentir, admirar o por do sol e lembrar de você, te ler e poder te acolher!Obrigada por tanto!
Eternizou a sua vida em nossos corações… O sol! 🌞🌹💗
Não tive muita oportunidade de conhecê-lo na casa paliativa, mas são tantas mensagens de amor que ele deixou para tanta gente que me sinto parte desse amor . Como é bom na nossa finitude ter um exemplo como Diego para podermos seguir .