Casa paliativa

Achei!

Opa, será que posso?

Vou tentar.

Eita, fui aceita.

Uau, que lugar é esse?

Quanto carinho…

Quanto acolhimento!

Descobrir um lugar especial, em um momento difícil, isso foi grandioso pra mim.

Cheguei quando estava no meio do tratamento da Radioterapia, final de maio.

Um momento bem significativo, momento que me deparei com um outro Eu, com uma outra vida, esse confronto não foi fácil.

E atravessando os cômodos da casinha, fui encontrando textura, fui encontrando um som que ecoava em minha cabeça: “uma esperança por dia”, e fui me ajeitando com esse turbilhão de sentimentos que estava me consumindo…

Parecia que ninguém entendia o que eu falava, e na Casinha não era assim.

Me deram um presente, em minhas mãos segurei com todo cuidado.

Esse presente passou a fazer parte de mim. Dos meus dias, me organizando pra poder estar nas aulas, e quando não tinha, sentia uma falta danada. Foi aí que percebi o quanto tinha mergulhado, se é que posso dizer assim…

Chego à seguinte conclusão; e como disse uma querida que conheci na casinha, o universo conspirou para que fosse assim.

Estou aqui, com esse presente, não está mais em minhas mãos, está no meu coração.

Então, obrigada, certamente os Deuses conspiraram para que esse “encontro” acontecesse.

E só posso Agradecer, por transformar meus dias, por me transformar. Acredito que mesmo lentamente, a sementinha foi plantada, e mesmo que a gente não compreenda, coisas estão sendo feitas. Nada é por acaso!

Sobre o autora:

Wil Campos, 37 anos, mãe, esposa e atriz .
Amante da arte, da fotografia, do por do sol e dos coqueiros. Apaixonada pela vida, e os encontros que o universo conspira. Teve câncer de mama, em 2019 e atualmente faz acompanhamento e tratamento com bloqueador hormonal. Vivendo um dia de cada vez, com um novo olhar, de simplicidade, afeto e aprendizado contínuo.

 

8 Comentários

  1. Haaaaaa… Cheguei aqui quieta. Fui me aproximando devagar, e não é que igual a você hoje não sei mais ficar sem? Sua escrita me representa!

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